24 de nov. de 2013

Praça Livre

"Uma cidade que propicie a convivência, esse é o desejo de toda uma população que ocupa os espaços públicos em Salvador."
A dificuldade em definir o que é uma praça (e também aquelas que se travestem de largo, como o Largo do Papagaio) vem, em grande parte, da subjetividade que o nome carrega. A Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (SEMUT) contabiliza 282 praças em Salvador. Mas o número pode subir, se pequenas áreas públicas usadas pela população forem consideradas. Ou cair, se forem contabilizados os espaços batizados como praças que não são convidativos à permanência. De maneira geral, são áreas verdes com equipamentos para o convívio da população.
"Na praça, o observador está diante de uma arquitetura que não tem utilidade definida. Por isso, é um lugar privilegiado para a percepção da coletividade", diz a urbanista Aruane Garzedin, autora do estudo O desenho dos espaços públicos de Salvador (2009). "Ao contrário do parque, que nem sempre está conectado ao tecido urbano, a praça se caracteriza como um arejamento do conjunto construído. A história da praça é a história da cidade".
Até os anos 1940, as praças de Salvador eram essencialmente jardins. Elas tinham passeios em forma de cruz que se encontravam em uma área central, destinada ao convívio. Bem aos moldes da canção de Ronnie Von - "a mesma praça, o mesmo banco..."
Com o estabelecimento do Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade do Salvador (EPUCS), liderado por Mário Leal Ferreira, no início dos anos 1940, aconteceu o boom de projetos. Os estudos do EPUCS identificaram os espaços livres passíveis de ser transformados em praças e parques - muitos deles - como o Pituaçu e o Parque da Cidade -, só saíram do papel na década de 1970, por meio do Plano de Desenvolvimento Urbano (Plandurb). 
Hoje, a gestão das praças é feita de maneira descentralizada. A manutenção e a fiscalização cabem à Secretaria de Cidade Sustentável (Secis). A proposição de novos projetos, à Fundação Mário Leal Ferreira. Os dois órgãos integram a SEMUT, que dá o aval ou não para a construção dos espaços. Nos últimos 10 anos, Salvador ganhou 70 praças, o equivalente a 25% do atual número total.

Mas afinal o que é uma boa praça? Novamente, uma definição pantanosa. Existem exemplos de casos bons e ruins dentro do município. Entretanto a melhor praça é aquela que se adequa e comunica com todo o seu entorno, mas principalmente por ser um espaço que atenda a comunidade e seja sempre freqüentado e ocupado 365 dias por ano!

Nenhum comentário:

Postar um comentário