13 de jan. de 2011

Urbanismo: Cidade das Tragédias


     Os fenômenos meteorológicos e os seus efeitos dramáticos têm sido um tema recorrente e devidamente explorado durante essas 2 semanas. Aliás, virou frequência nos últimos 10 anos ver tragédias anunciadas na TV por conta das chuvas de verão. O fato que deixou de ser algo setorizado e atingiu também camadas da mais alta sociedade do país.
Isso tudo, associado ao mau uso dos recursos naturais, à adoção de processos produtivos com enorme descarte de rejeitos (sólidos, líquidos e gasosos), em volumes muito acima da capacidade de reciclagem natural, acabam por provocar desequilíbrios nos múltiplos ecossistemas terrestres.

Jequié Reporter - Tragédia em Angra dos Reis 2010
    
   Hoje resolvemos trazer esse tema ao blog, porque infelizmente só lembramos da prevenção quando a tragédia nos bate a porta e vem a tona em cenas como as que estamos acompanhando ao longo dessa semana e que por coincidência mais uma vez ocorre no Rio de Janeiro. Esse tipo de tragédia aproveita para trazer a tona o papel de um arquiteto e urbanista. Papel esse de apoio principalmente na opinião enquanto profissional na manutenção, planejamento urbano e regional das nossas cidades, sendo parceiro dos poderes públicos, parceiro sim pois além de profissionais, somos cidadãos que queremos o mínimo necessário para as nossas cidades.
O Globo - Tragédia no CH de São Luiz doParaitinga
      Os fenômenos meteorológicos associados a ocupações em áreas de risco,são as pautas mais lembradas, isso tudo, associado ao mau uso dos recursos naturais, à adoção de processos produtivos com enorme descarte de rejeitos (sólidos, líquidos e gasosos), em volumes muito acima da capacidade de reciclagem natural, acabam por provocar desequilíbrios nos múltiplos ecossistemas terrestres.
  

Opinião da Imprensa.com - Tragédia em Minas Gerais
   Um dos exemplos mais contundentes do mau uso dos recursos naturais é, certamente, a ocupação desordenada do território, no interior e nas periferias das áreas urbanas, em especial nas áreas consideradas de risco. Ocupação de encostas ou proximidade destas, áreas com cotas baixas, reconhecidamente sujeitas a inundações, assentamentos de atividades urbanas em margens de cursos d'água (arroios, rios, canais, lagos, etc), aterros de áreas alagadas, excessivo adensamento de orlas, impermeabilização de grandes espaços e adensamento excessivo, são alguns dos equívocos coletivos mais freqüentes em nosso meio.

SRZD - Tragédia Petrópolis 2011

   Queremos lembrar que toda a vez que a sociedade depara-se com as questões de ordenamento territorial, levantam-se vozes poderosíssimas, para rotular aqueles que querem o uso mais harmônico do espaço, como vanguardeiros do atraso, contra o desenvolvimento e a criação de empregos, entre outros adjetivos. Recusam-se a avaliar as perspectivas e as implicações de longo prazo da ocupação desses locais. O que interessa são os lucros imobiliários imediatos, é a miopia do curto prazo sobrepondo-se à sensatez. Fecham-se os olhos para os elevados custos que as ocupações desordenadas acarretam no longo prazo e vemos tragédias anuais ceifando vidas!

A Tarde Ocupações Irregulares em Salvador

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