O Centro Cultural Jean-Marie Tjbaou é uma obra de linguagem contemporânea aliada à inspiração na cultura tradicional kanak. Uma aliança entre contemporaneidade e tradição na cidade de Nouméia que situa-se a 10 km da capital de Nova Caledônia. Concebido pelo arquiteto italiano Renzo Piano, o centro é composto de 10 unidades denominadas “casos”, estas unidades com média de área em 90m² aglutinados em três aldeias de funções distintas: exposições, espaços pedagógicos e administrativos. A maior das entidades tem 33 metros de altura.
As geometrias do projeto não reproduzem diretamente a imagem da habitação kanak, mas afirma a memória das formas e dos materiais tradicionais.
Fonte: Madeira Estrutural |
A experiência de familiarização com o centro e suas atividades vai ocorrendo simultaneamente. O acesso não é feito de maneira frontal, mas através de um caminho paralelo à costa e ao edifício que sobe, serpenteante, ao promontório e acaba em uma praça elevada, à entrada do centro cultural.
No seu interior, o programa cultural desenvolve-se como uma espécie de ritual, passando pelas exposições dos espaços naturais da ilha, da arte, da história e da religião da civilização kanak. Para isso, o edifício foi organizado como um conjunto de três povoados que abrigam exposições, performances ao ar livre, anfiteatros, escritórios.
No seu interior, o programa cultural desenvolve-se como uma espécie de ritual, passando pelas exposições dos espaços naturais da ilha, da arte, da história e da religião da civilização kanak. Para isso, o edifício foi organizado como um conjunto de três povoados que abrigam exposições, performances ao ar livre, anfiteatros, escritórios.
Os "povoados" conformam-se a partir de 10 edifícios amplos e semicirculares, com finalidades diferenciadas, que se abrem inesperadamente sobre a alameda que conecta o Centro, proporcionando “uma passagem dramática de um espaço comprimido a outro expandido”, pois, segundo Renzo Piano, "da cultura local roubamos os elementos dinâmicos e de tensão" (3). O caminho temático continua fora do edifício. Uma trilha reconstrói a representação kanak da evolução humana e discorre sobre os momentos-chave dessa cultura: a criação, a agricultura, o habitat, a morte e o renascimento, partindo de suas metáforas extraídas de um mundo natural.
O Centro Cultural está exposto por um lado a fortes ventos e por outro a brisas suaves. Esta dimensão climática apropria-se da própria arquitetura, que registra os ritmos aos quais se vê submetida. Assim, associam-se volumes baixos orientados para uma lagoa e telas voltadas para o mar. Adaptados às extremas exigências do clima (com ciclones de até 240 km/h), os pavilhões "vela" giram sua parte posterior para o mar a fim de explorar com maestria os ventos dominantes ou induzir correntes de convecção, como é tradição local, equipando o centro como um eficaz sistema de ventilação.
Dos seus aspectos gerais até os mais específicos, a arquitetura de Renzo Piano não busca mimetizar-se com as tradições locais, mas nutrir-se de sua autenticidade para dar-lhe uma leitura universalizante.
O Centro Cultural é a materialização de um cuidadoso esforço para encontrar, em confronto com diversos ritmos (espaço, tempo, cultura e clima), o justo equilíbrio entre artefato e natureza, tradição e tecnologia, memória e modernidade.
O Centro Cultural é a materialização de um cuidadoso esforço para encontrar, em confronto com diversos ritmos (espaço, tempo, cultura e clima), o justo equilíbrio entre artefato e natureza, tradição e tecnologia, memória e modernidade.
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